Como Garantir o Sucesso em Reformas de Interiores: Planejamento e Gerenciamento Eficiente

Este é o primeiro artigo de nossa série sobre reformas de interiores, onde abordamos as melhores práticas para planejar e gerenciar uma reforma, garantindo prazos cumpridos, controle de custos e minimização de imprevistos.

GESTÃO E PROJETOS

4/24/20253 min read

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A proposta deste conteúdo é apresentar um projeto de interiores em fase de concepção, ilustrando o que se pode considerar um “cenário ideal” para a condução de uma obra conforme o cronograma estabelecido. A abordagem contempla todas as etapas fundamentais — desde o primeiro contato com o cliente até o contexto pós-obra —, evidenciando os pontos críticos e as soluções possíveis ao longo do processo.

O projeto analisado refere-se a um apartamento residencial localizado na cidade de São Paulo, no bairro do Butantã, nas proximidades da Cidade Universitária. A estrutura da análise está dividida em duas partes. A primeira etapa consiste na reflexão sobre a importância do gerenciamento de obras e na compreensão das fases que envolvem o desenvolvimento de um projeto de interiores. A segunda parte apresenta os arquivos relacionados ao projeto executivo, como pranchas, cronogramas e documentos técnicos necessários para a execução da obra. É importante destacar que, por se tratar de um edifício ainda em construção, o projeto passará por ajustes em seu orçamento, cronogramas e demais variáveis que dependem da evolução da obra civil.

A principal questão norteadora deste estudo é: o bom andamento de uma obra depende diretamente de um gerenciamento eficiente? A resposta é afirmativa. O sucesso de uma obra está intrinsecamente ligado à qualidade do seu gerenciamento, pois é por meio dele que o profissional consegue antecipar e reduzir imprevistos, alinhar expectativas com o cliente e, consequentemente, evitar custos desnecessários, desperdícios de materiais e atrasos — tanto na entrega final quanto nas etapas intermediárias, especialmente no que diz respeito ao fornecimento de insumos, cuja disponibilidade foi bastante impactada pela alta demanda e restrições logísticas geradas pela pandemia da COVID-19.

No contexto da construção civil brasileira, as deficiências no planejamento ainda são um fator crítico, conforme observado por Mattos (2010, p.25), que aponta a maior incidência desses problemas em obras de pequeno e médio porte, geralmente conduzidas por empresas de menor porte, profissionais autônomos ou até pelos próprios proprietários dos imóveis. Já Rodrigues (2002, p.2) destaca que, para muitas empresas nacionais, o planejamento de obras ainda não faz parte da cultura organizacional, sob a justificativa de que as ferramentas disponíveis não se adaptam à forma de trabalho adotada nem ao porte empresarial.

Mattos (2010, p.25) acrescenta que, embora algumas empresas tenham conseguido adaptar sistemas de planejamento às suas realidades, ainda existem aquelas que ou planejam mal, ou planejam bem mas não controlam, ou simplesmente operam com base na total improvisação. No segmento de interiores, é comum observar profissionais que se baseiam unicamente na experiência empírica dos colaboradores para executar uma obra dentro do prazo e do orçamento — o que representa um risco significativo, especialmente em projetos mais complexos.

Diante desse cenário, a adoção de práticas de gerenciamento torna-se uma estratégia necessária e urgente. Uma das formas de fomentar essa mudança cultural é a inclusão do tema na formação acadêmica em níveis de graduação, visto que muitos profissionais concluem cursos de arquitetura e engenharia sem um entendimento adequado sobre a importância e a aplicabilidade do gerenciamento de obras.

Para o desenvolvimento deste conteúdo, foi adotada uma metodologia fundamentada em pesquisa teórica e aplicação prática. A primeira fase consistiu na leitura de teses, livros técnicos e artigos especializados relacionados ao tema. Além disso, foram realizadas entrevistas com profissionais que atuam diretamente na execução de obras, os quais compartilharam suas experiências sobre a elaboração e o controle de planejamentos.

Com base nesse levantamento, foram sistematizadas todas as etapas necessárias para o desenvolvimento de uma reforma de interiores.

Em seguida, as referências teóricas foram aplicadas a um projeto real, em fase de criação, também localizado no bairro do Butantã, em São Paulo. O objetivo dessa aplicação prática é avaliar, ao longo da execução, se a obra será concluída dentro do prazo estimado e respeitando os limites orçamentários definidos inicialmente.

Esse tipo de abordagem é fundamental para qualquer profissional que deseja atuar com segurança no segmento de interiores, especialmente considerando que esse tipo de obra tende a ser mais dinâmico e, muitas vezes, mais complexo do que aparenta. O gerenciamento, portanto, não é apenas um diferencial — é uma ferramenta indispensável para garantir eficiência, qualidade e confiança ao longo de todo o processo.